março 23, 2008

Head of the River Race - o treino

Primeiro que tudo peço desculpa de não ter deixado nada escrito sobre esta regata, mas a doença atacou-me e esta semana de trabalho foi algo cansativa. Mas relembrando...

Na sexta feira à tarde estava combinado ir ter ao Quintin BC para um treino com a equipa Sueca-Holandesa-Portuguesa. O nome do clube sueco que iriamos representar é Molndals. Cheguei pelas 15h15, hora combinada, mas ainda não havia suecos. Apenas dois clubes de remo com bastantes barcos de todos os formatos, sempre com uns amarelos à mistura. Na entrada do clube estavam uns alemães a afinar um 8+ Empacher. Logo ao começo se viu que esta regata tem o seu "Quê" de internacional. Mais um pouco de espera, vendo uns barcos passar e visitando o hangar dos barcos, e chegam os suecos "Estevao??", claro que sim!!! Chegaram 4 suecos, até tinham ar de duros, um deles tinha quase 2m, mas devia ter uns 40 anos... mas nada de especial, pois não tava à espera de nada! Uns dedos de conversa, apresentações e vamos ver o barco. Um yanousek para ligeiros, mas não tinha ar de estar todo desfeito. Fiquei a saber que o 5º sueco chegaria de noite e nesse dia iriamos remar com 3 holandeses.

Ligamos aos holandeses e eles estavam à procura do Hostal, mas como era em Hammersmith era ali perto. Passado um tempo voltámos a ligar e dali a 15minutos estariam ali no clube. Entretanto tinha chegado a timoneira, uma remadora com uns 65kg, que remava na equipa feminina da universidade "Imperial". Sabia da coisa, vinha bem preparada e fez logo algumas perguntas pertinentes.
Passados os 15min ficámos a perceber que eram "15min holandeses", pois estava demorado. Mais uma chamada e estavam meio perdidos. Depois foram parar ao clube do lado. Voltaram par trás e estavam do outro lado do rio. .... nunca mais chegavam. Passado um bocado lá os orientámos e chegaram ao clube. Tinham talvez 1,90m e tinha 20 e poucos anos. Remavam no Viddar (ou parecido), que vim a saber e um deles (pelo menos) já tinha estagiado na Figueira e em Montemor.

Todos prontos e vamos para a àgua, o que queriamos. Eu iria remar à proa, nada que me surpreendesse, pois os suecos estavam a colocar-nos nos buracos. A única dúvida, com tanta misturada, era saber se iriamos andar aos tombos ou iria correr minimamente bem. Também porque os suecos não eram experts em 8+, remavam mais em 4 e 2, e quando conseguiam faziam o 8+. Diga-se de passagem que a água estava gélida!!! Até doia.
A esta altura já eram mais 8+ a passar, embora ainda não fossem 18h.

Começamos por remar em direcção à chegada, pois a largada era em frente ao nosso clube. 4 a 4, braços, tronco e braços, 1/4 slide, 1/slide e comprido. A timoneira a coordenar, pois sabia da coisa. Que bom ter um timoneiro com autoridade e que assuma o comando!
Quando acabou o 4 a 4 passámos a remar a 8 e passadas umas remadas percebi que iria ser um treino porreiro, pelo menos todos pareciam saber da coisa e o barco ia minimamente equilibrado para podermos fazer um bom treino.

Surpreendentemente o Yanousek de ligeiros ia a deslizar e parecia não parar no ataque ou ir aos solavancos. A sensação não era má. Ainda por cima porque iamos contra a corrente. O que nem sempre é bom... com um barco a deslizar minimamente, suavemente e com água quase espelhada... a vontade de remar começava a voltar! Não é bom porque remar implica mais esforço (não só financeiro) nos horários e deslocações. Por enquanto a ideia é estabilizar em Londres, no trabalho, e depois ver se posso remar e treinar decentemente.

A timoneira ia continuando a comandar e a apresentar nos o rio, e os locais que iriamos passar amanhã, assim como mais ou menos as distâncias e o que iria fazer nesses locais. "Barnes bridge, aqui temos +/- 2min de prova"... "aqui o rio alarga e temos de atacar"... "Hammersmith bridge, vai estar aqui muita gente"...
Quando demos a volta, já era quase noite e a timoneira tinha colocado uma luzinha na proa, que eu teria de ligar. Pisca pisca ligado e aí vamos. A ideia era fazer 3x20 remadas, primeiro começar a 24rpm, depois na segunda 28rpm e por fim 32rpm, o ritmo de prova. Correu bem e parecia vir a ser uma prova engraçada. Por fim, fizemos umas largadas. Mas as largadas são em movimento, ou seja, iriamos a remar normal e começavamos a aumentar o ritmo, e quando faltassem umas 5 remadas para a largada deveriamos estar no ritmo de prova, talvez um pouco mais alto. Assim o fizemos. Seria menos uma dificuldade, pois acertar os comprimentos e velocidades de largada poderia complicar.

Chegámos ao final do treino, tirar o barco e banho. Chegámos ao bar do clube, antes do balneário e paramos ali. Estava eu, 3 holandeses e uns 2/3 suecos. Um dos holandeses perguntou ao sueco "queres falar do treino, dizer alguma coisa?", claro que sim! Falámos um pouco e a ideia que ficou é que estavamos a precipitar o ataque e virar as pás muito em cima. Realmente sim, por vezes não conseguia atingir o comprimento total e quando a timoneira dizia para virar as pás mais cedo o ataque saia mais equilibrado. As minhas alturas estavam boas, só baixas se não virasse a pá. Alguns dos suecos maiores diziam que estavam baixo, pois compreende-se, a média de pesos era acima de 80kg de certeza.

Pareciamos todos satisfeitos com o primeiro treino juntos. Agora faltava saber se o sueco que faltava, iriamos remar só com 2 holandeses, se iria integrar bem. No dia seguinte teriamos de lá estar às 8h, para entrar na água as 8h45. Teriamos de estar alinhados as 9h30, lá o que isso quissesse dizer. Amanhã seria interessante...

Entretanto era noite escura e passavam luzinhas pelo rio... 8+ a fazer os seus treinos...

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